terça-feira, 24 de novembro de 2009

Entre a Angustia e a Esperança


Hoje, como todas as manhãs, liguei meu computador, e a primeira coisa que eu fiz foi entrar no site da globo.com, costumo ler todas as notícias, geralmente as que mais me chamam a atenção, são as de esporte, porém, hoje uma matéria em particular me chamou a atenção.
Lembro como se fosse hoje, há 12 anos a maioria dos jornais davam a notícia de que uma menina de 10 anos havia sido sugada pelos cabelos por um sistema de sucção da piscina do prédio em que morava.
Na época esses mesmos jornais não deram a notícia de sua morte, nem de sua sobrevivência, mas hoje, lendo minhas notícias rotineiras, descobri que esse menina chama-se Flávia, e que ela foi salva por seu irmão quatro anos mais velho e que doze dias depois do trágico acidente, ela abriu os olhos, e sua família recebeu a notícia de que ela estava em coma irreversível.
Oito meses depois, sua mãe Odélia resolveu levá-la pra casa e cuidar dela lá. No começo, ela acreditava em milagres e por isso a levava em retiros espirituais. Todos os dias ela recebia promessas e certezas de que se ela seguisse tal religião a filha seria curada.
Flávia está as vésperas de completar 22 anos, uma vez ou outra ela tem alguns reflexos, e sua mãe a esperança de que um dia ela volte ao normal.
O que estou querendo ressaltar aqui, é o amor de uma mãe para uma filha. Há 3 anos, essa mãe criou o blog “Flávia, vivendo em coma” (
http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/), em que ela fala como se fosse a menina, ou seja, deu voz a filha que já não fala há 12 anos, e ainda alerta ao perigo das bombas de sucção de piscinas e mais do que isso, fala da lerdeza da (in) justiça brasileira.
Na mesma época, Odélia entrou com um processo contra o condômino (que instalou a bomba de sucção indevida) e a industria fabricante da bomba. Os tribunais colocaram em dúvida até a inteligência da menina que tinha como média escolar nota 9,3 e tinha Inglês e Espanhol fluente e falaram também que a mãe era culpada por deixar sua filha sozinha na piscina (apenas ressaltando que a menina nadava muito bem, e que ela estava com o irmão 4 anos mais velho). O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal, e apenas esse ano a causa foi ganha pela mãe, o condomínio terá que pagar indenização, porém a industria fabricante foi absolvida.
Neste sábado também saiu na revista Época a rotina dessa mãe que sonha um dia ouvir novamente a voz de sua filha.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI105927-15228,00-SAUDADES+DE+SUA+VOZ.html

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